O dia 18 de maio é dedicado à conscientização sobre o abuso e a exploração sexual contra crianças e adolescente devido ao caso que aconteceu em Vitória, com a menina Araceli, de 8 anos, em 1973. Ela foi estuprada, vítima de violência sexual praticada por homens de classe alta de Vitória e morta. O caso chocou a sociedade e marcou o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes.
O vereador Roninho Passos organizou Audiência Pública sobre esse tema, realizada nessa quarta-feira (18/05), reunindo palestrantes que utilizaram a tribuna para explanar sobre violência sexual infantil.
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Espírito Santo, em 2021, o ES registrou 1359 casos de crianças vítimas de crimes sexuais, em 75 cidades analisadas. Só em Linhares foram 99 casos, colocando-a como a 4ª cidade com maior registro de violências sexuais contra crianças e adolescentes no Estado.
Audiência Pública
Na ocasião, o advogado e professor de Direito Lucas Scaramussa utilizou a tribuna para explicar a atuação do Estado, da sociedade e da família na proteção das crianças e adolescentes contra o abuso e exploração sexual. Segundo ele, 90% dos casos acontecem dentro do núcleo familiar. Por isso, “é importante a conscientização de todos sobre o tema. A autoproteção da criança e do adolescente é o melhor caminho para a prevenção desses casos”, disse.
Outro convidado foi o pastor Nelson Júnior, idealizador do movimento “Eu escolhi esperar”, que apontou mais dados sobre os crimes praticados contra criança e adolescentes: só em 2021, mais de 100 mil denúncias foram feitas. “O meu apelo como pai é que algo precisa ser feito. O silêncio não protege ninguém, só o abusador”, declarou.
O juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude de Linhares, Gideon Drescher, também utilizou a tribuna. Para ele, o tema deve ser discutido e debatido nas escolas numa abordagem adequada para a idade das crianças.
Para finalizar, as representantes da Secretaria de Assistência Social, atuantes do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Camila Gomes e Michelle Oliveira, explicaram a atuação da instituição no atendimento e acolhimento das crianças e dos adolescentes vítimas de violência sexual. “Quando chega ao Creas, é porque já aconteceu o crime. O mais importante é a conscientização para que não aconteça”, disse Camila.