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São Paulo promove 1° Encontro de Práticas de Compostagem

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Aproximadamente 51% dos resíduos sólidos urbanos das cidades brasileiras são de orgânicos, o que corresponde a 36,5 milhões de toneladas por ano. Os números são da última edição do relatório sobre o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, publicado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE). O grande desafio para as políticas públicas, atualmente, é procurar soluções para que esse material não siga para os aterros sanitários, que estão no limite de suas capacidades

Uma das melhores alternativas para desafogar os aterros dos resíduos orgânicos é o método de compostagem, processo que transforma o material em composto próprio para adubo, rico em nutrientes. Adepta a prática, a cidade de São Paulo conta com cinco pátios de compostagem que produzem adubo em larga escala a partir de resíduos coletados em feiras livres e da poda de árvores e da conservação de jardins e praças.

Para se ter uma ideia, em quatro anos, a maior cidade do Brasil transformou 9.300 toneladas de material orgânico em 1.860 toneladas de adubo. E tem mais. Empresas estão inovando na busca de soluções criativas para a boa destinação e uso dos resíduos orgânicos.  

Para reunir algumas dessas novidades, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), promoveu, em 25 de setembro, na Faculdade Rio Branco da Lapa, zona Oeste da cidade, o 1º Encontro de Práticas de Compostagem do Município. O evento teve como objetivo ampliar ações de reaproveitamento dos resíduos orgânicos na sociedade. Para tal fim, seis coletivos apresentaram ao público iniciativas criativas para incentivar a compostagem entre os paulistanos.

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São Paulo pretende incentivar reciclagem de resíduos orgânicos entre os paulistanos. Foto: Divulgação / Atelier

O resíduo orgânico na cidade é produzido em maior escala do que o seco. Descobrimos várias ações na cidade que podem diminuir o volume de material que segue para os aterros. São atividades de voluntários, Ongs e outras entidades que podem incentivar a população a fazer a compostagem e reduzir o contingente de resíduos orgânicos”, disse Edson Tomaz de Lima Filho, presidente da Amlurb.

Práticas que estão dando certo

“Montamos uma composteira comunitária em praças e escolas onde as pessoas podem levar seus resíduos que geram em casa para compostar”, contou Thais Mauad, 56 anos, uma das responsáveis pela iniciativa Coletivo das Vilas, projeto de composteiras comunitárias que atua na zone oeste de São Paulo e que apresentou sua prática no evento.

Thais conta que quem zela pelas cinco composteiras livres a céu aberto, localizadas na região de Pinheiros, são os próprios moradores. Por meio de encontros e grupos no whatsapp, eles alertam se houve algo estranho ou algum descuido com o equipamento.  Há um bom tempo que a arquiteta Sonia Costa, 53 anos, deseja montar uma composteira em uma praça próxima a sua residência na região de Santo Amaro, zona Sul da cidade. Ela achava que seria complicado, mas ao assistir a palestra sobre as composteiras públicas da zona Oeste, mudou de ideia. “Vi que é possível um coletivo de moradores cuidarem de uma instalação como essa”, disse.

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Moradores observam processo de compostagem no pátio da Lapa. Foto: Divulgação / Atelier

Outro grupo que fez a diferença na zona Sul foi o Favela da Paz, iniciativa criada por músicos do Jardim Ângela para promover projetos sustentáveis aos moradores da região. Entre as propostas verdes está o biodigestor, um equipamento feito com galões de água que contém uma bactéria anaeróbica (que não precisa de oxigênio) responsável por converter o lixo orgânico em gás metano. O resultado pode ser usado para gerar energia ou simplesmente ser usado no fogão para cozinhar.

“Trouxe essa ideia de Portugal e faço oficinas para ensinar os participantes a montar essa tecnologia em casa ou qualquer lugar”, contou o mentor da inovação, Fábio Miranda, 41 anos.

Além dos dois coletivos, outros quatro apresentaram projetos que estão fazendo a diferença na cidade de São Paulo. O Sabor da Fazenda, iniciativa de profissionais ambientalistas, por exemplo, apresentou práticas de educação ambiental que fazem em seu viveiro.

Já o Condomínio Pátio Victor Malzoni, prédio localizado em um dos maiores centros financeiros da capital, demonstrou como resíduos orgânicos de funcionários e empresas ali localizadas podem se transformar em adubo e até mesmo em uma horta subterrânea, criada no estacionamento do prédio.

Outro condomínio, o Buriti, apresentou sua compostagem em caixas d’água e por fim, o coletivo Eco-estudantil, entidade de sustentabilidade e preservação ambiental, falou sobre o benefício que a atividade da compostagem traz para melhorias no solo.

 “Reunimos as melhores práticas que acontecem por São Paulo para trazer novas ideias sobre o tratamento com resíduos orgânicos. Além disso, temos um grupo de estudos de resíduos orgânicos na Amlurb que analisa as melhores práticas que acontecem pela cidade e em outros países”, concluiu Rafael Golin, coordenador do núcleo de resíduos orgânicos da Amlurb.

Texto produzido em 26/09/2019


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