Por RPC Maringá


Julgamento do caso Sevilha é remarcado em Maringá

Julgamento do caso Sevilha é remarcado em Maringá

O júri popular de três acusados de matar o auditor fiscal da Receita Federal Antônio Sevilha, em Maringá, no norte do Paraná, foi suspenso após os advogados de dois réus abandonarem o plenário, neste domingo (26).

Sevilha era o chefe do setor de Controle Aduaneiro da Receita Federal na cidade quando foi assassinado, em 2005. Segundo as investigações, Marcos Gottlieb, Fernando Ranea e Moacyr Macedo participaram da morte do servidor. Os três são acusados de homicídio qualificado.

O júri estava no sexto dia quando o advogado de Marcos Gottlieb, empresário acusado de ser o mandante do crime, avisou que abandonaria o julgamento alegando falta de condições adequadas para a realização do júri.

"Para ter isso aqui tem que ter advogado, e hoje não vai ter advogado. Porque esse advogado e a sua tribuna vai embora. Nós estamos em uma ambiente absolutamente inadequado para fazer o júri", afirmou o advogado Ércio Quaresma durante o julgamento.

Após a manifestação, a defesa de Fernando Ranea também deixou o julgamento.

Segundo a defesa, o júri acontecia em uma sala improvisada. Foi o primeiro júri popular realizado pela Justiça Federal de Maringá em 26 anos.

Com isso, o juiz Cristiano Manfrim decidiu dissolver o júri e remarcar o julgamento para outubro.

Ao todo, onze testemunhas e dois réus tinham sido ouvidos. Um dos depoimentos, do delegado que conduziu as investigações, chegou a durar 20 horas.

Como novos jurados terão que ser convocados para o júri, testemunhas e réus terão que ser ouvidos novamente.

Auditor fiscal foi morto em uma emboscada, segundo a Polícia Federal — Foto: Reprodução/RPC

O caso

De acordo com a acusação do Ministério Público Federal (MPF), Marcos Oliveras Gottlieb era proprietário de uma empresa de brinquedos e foi o mandante do crime.

Segundo as investigações da Polícia Federal (PF), o empresário contratou Fernando Ranea para matar Sevilha, e Moacyr Macedo foi quem fez a aproximação entre o atirador e o mandante do crime.

Outras duas pessoas foram indiciadas pela polícia: Wilson Rodrigues da Silva, que nunca foi encontrado, e o ex-policial civil Jorge Luiz Talarico, que morreu em 2018 quando cumpria pena por outro crime.

José Antônio Sevilha foi morto no dia 25 de setembro de 2005, após sair da casa da mãe. Ele parou para olhar um pneu do carro que estava murcho e foi morto a tiros.

Segundo a investigação da PF, o auditor fiscal foi vítima de uma emboscada. Segundo a polícia, o crime foi encomendado porque Sevilha investigava fraudes nas importações de uma empresa de brinquedos.

Após a a morte do auditor fiscal, a Receita Federal conduziu uma operação que resultou na interdição da empresa, acusada de sonegar tributos.

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