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Teich defende “saúde” de hospitais privados e causa incômodo no ministério

Integrantes da equipe técnica da pasta acreditam que foco do ministro deveria ser os pacientes infectados pela Covid-19 e não a remuneração de clínicas

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 ago 2020, 11h01 - Publicado em 23 abr 2020, 15h17

Gerou desconforto entre integrantes da equipe técnica do Ministério da Saúde o raciocínio do novo ministro, Nelson Teich, de que os hospitais estão perdendo o movimento proveniente de “doenças não Covid”, o que pode, segundo ele, gerar dificuldades para que eles “sobrevivam”.

Em sua primeira entrevista coletiva, concedida nesta quarta-feira (23) – cinco dias após a sua posse -, Nelson Teich destacou que as demandas dos hospitais estão caindo porque pacientes acometidos por outras enfermidades não estão procurando atendimento com receio de serem contaminados pelo coronavírus. Na avaliação do oncologista, isso pode gerar uma crise futura.

“Os hospitais estão perdendo muito movimento de doenças não Covid. Alguns 40%. Isso vai fazer com que eles tenham dificuldade ainda maior em sobreviver. E quanto mais isso durar, mais difícil vai ser pra eles. Qual é o problema prático disso? Você vai começar a ter uma demanda reprimida gigante ao longo desse tempo”, explicou Nelson Teich.

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“E se os hospitais estiverem despreparados quando a gente controlar a Covid, a gente vai ter uma outra crise, que é a não capacidade de atender a demanda reprimida do não Covid”, completou.

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Segundo integrantes do quadro técnico do Ministério da Saúde, as declarações foram recebidas com assombro tendo em vista que, em meio ao caos da  pandemia, o novo ministro demonstrou preocupação com a remuneração de hospitais privados e clínicas, caso as outras doenças não sejam tratadas.

A análise desses integrantes do corpo técnico do Ministério da Saúde é a de que a questão central do sistema sanitário não é essa no momento e que é preciso focar no maior problema do país: incômodo e a propagação da doença estado por estado.

Na avaliação deles, Teich afirmava que se outros pacientes como os cardíacos ou pessoas com câncer, por exemplo, não forem ao hospital para consultas ou tratamentos, isso não gera um faturamento à unidade de saúde. Sem arrecadação, não vão sobreviver e, no período pós-Covid, não será possível atendimento relacionado a essas outras doenças, já que o sistema estará sem estrutura financeira.

O que diz o Ministério

Procurado pela coluna, o Ministério da Saúde afirmou que Nelson Teich queria explicar três fatores com suas declarações. O primeiro deles é questão dos pacientes em si com outras doenças, como problemas cardiovasculares ou diabetes, que podem se agravar sem a ida ao sistema de saúde.

O segundo fator seria a questão das cirurgias eletivas, não urgentes, e que são agendadas. Após a crise gerada pela Covid-19, a fila pode ser muito maior, o que pode agravar quadros médicos antes considerados simples.

O terceiro ponto tem a ver com as clínicas especializadas que, sem fluxo de pacientes, estão ficando sem caixa, gerando deterioração do sistema de atendimento e sucateamento de equipamentos, já que não há reinvestimento no sistema.

Ao fim, daqui a alguns meses, o quadro poderá ser de fila maior, com pacientes com quadros mais graves e atendimentos de pior qualidade.

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