Terra da Gente

Por Nicolle Januzzi


A estudante de biologia Maria Tereza da Silva começou a desenhar aves depois que entrou na faculdade de biologia. — Foto: Marina Tereza Santos/Arquivo Pessoal

Inspirada pelos esboços e traços do pai, desde os oito anos, Marina Tereza da Silva Santos encontra nos desenhos muito mais do que uma mera diversão.

"Sempre tive muita ansiedade e desenhar foi a maneira que descobri desde pequena para conseguir me acalmar. Era algo muito pessoal. Costumava usar grafite e fazer rostos e objetos cotidianos sem cor", conta Marina que passou toda a infância e adolescência em Mogi Guaçu.

No entanto, a mudança para Araras (SP) para cursar biologia e o começo de um estágio no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) mudou a temática das gravuras.

Foto que inspirou Marina Tereza a começar a pintar as aves. — Foto: Marina Tereza Santos/Arquivo Pessoal

"Apesar de saber que eu queria ser bióloga e cuidar do bem-estar dos animais, nunca tinha usado os bichos nos meus desenhos. Ao começar a trabalhar, principalmente com as aves, me apaixonei. Um dia fiz uma foto de uma arara-canindé e pensei: eu preciso passar isso para o papel", explica.

Mas segundo a estudante, retratar a ave no grafite, em preto e branco, seria um desperdício. A descoberta da aquarela abriu novos caminhos para desenhos mais vivos que revelam grande proximidade com o real.

Além da mudança no estilo da arte, pela influência das amigas, Marina também começou a compartilhar os desenhos nas redes sociais.

A saíra-apunhalada é tão rara que já chegou a ser considerada extinta do planeta Terra. — Foto: Marina Tereza Santos/Arquivo Pessoal

"Consegui me abrir mais e percebi que era uma oportunidade de, junto com as fotos dos desenhos, passar um pouco de informação sobre as aves, como o nome científico e algumas características das espécies", diz.

Entre as aulas da graduação e o trabalho de enriquecimento ambiental com os animais do estágio, Marina faz passarinhadas com amigos para observar, aprender e buscar inspirações para os desenhos. Cada ilustração leva cerca de cinco horas para ser finalizada.

Enquanto une a paixão pelo desenho com o novo encanto pelas aves, o sonho é conseguir utilizar as obras como trabalho. "Foi muito suado entrar na faculdade. Batalhei muito, consegui uma bolsa e hoje estou estagiando. Fico orgulhosa de mim e pretendo conseguir usar esse meu talento como trabalho também, quem sabe com ilustração científica, por exemplo".

Confira outros desenhos

Entre outros nomes, o teque-teque também é conhecido como sebinho, caga-sebo, ferreirinho, ferreirinho-teque-teque, joão-de-cristo e marrequinha. — Foto: Marina Tereza Santos/Arquivo Pessoal

O martim-pescador-verde é a ave símbolo do município de Florianópolis (Santa Catarina). — Foto: Marina Santos/Arquivo Pessoal

O saí-andorinha macho é azul-brilhante, com a cara e a garganta negras. — Foto: Marina Santos/Arquivo Pessoal

Marina agora sonha em trabalhar unindo a biologia com os desenhos. — Foto: Marina Santos/Arquivo Pessoal

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