Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

5 motivos para apostar no sucesso do Google Stadia. E 3 para apostar contra

Por| 22 de Agosto de 2019 às 13h33

Link copiado!

Renato Mota/Canaltech
Renato Mota/Canaltech
Google Stadia

Em março de 2019, a Google anunciou a sua chegada oficial no mundo dos games apresentando o Stadia. Trata-se de uma plataforma que permite que o usuário rode jogos por meio do streaming, com alta qualidade gráfica e sem ficar na dependência de um console ou PC.

O maior diferencial da plataforma, segundo a Google, é que você poderá usar o Stadia a partir de qualquer dispositivo, seja ele um smartphone, uma smart TV ou até mesmo o navegador do seu PC. Basta que eles estejam conectados à internet.

No entanto, pouca gente testou o serviço, cujo lançamento está previsto para novembro de 2019, e muitas dúvidas ainda pairam sobre o sucesso do Stadia. Afinal de contas, ele entrará em um mercado com concorrentes bem mais consolidados (Sony, Microsoft e Nintendo), além das próprias fabricantes de smartphones.

Por isso, a pouco mais de três meses da chegada do Stadia e passado alguns anúncios feito pela Google durante a Gamecon, nós citamos cinco motivos para apostar no sucesso da plataforma. E também três motivos que nos fazem crer que o serviço não terá vida muito longa. Confira!

Continua após a publicidade

Por que o Stadia vai revolucionar o mercado de games?

A integração com os serviços da Google

Como era de se esperar, o Stadia vai usar e abusar da integração com outros serviços da Google. O primeiro deles, claro, é o YouTube. Na plataforma de streaming de vídeos, você poderá, por exemplo, assistir ao trailer de um game e encontrará um botão que permitirá iniciar esse mesmo jogo em questão de segundos.

Além disso, o Stadia também terá um joystick próprio (o Stadia Controller), que traz um botão para o Google Assistente e um microfone. Acionando essa função, você poderá pedir, por exemplo, dicas de como avançar em uma fase mais difícil, ou se conectar com outros jogadores para pedir ajuda.

Continua após a publicidade

Ou seja, o céu será o limite na hora de integrar o universo da Google com os games. O que pode trazer experiências interessantes.

Jogar em qualquer lugar com a mesma qualidade gráfica

Esta é a promessa mais ousada – e principal diferencial - do Stadia: você poderá rodar os jogos da plataforma em qualquer lugar, em qualquer dispositivo, mesmo com os smartphones e notebooks mais básicos (no caso das TVs, você precisa ter também um Chromecast Ultra). Basta que eles tenham uma conexão confiável à internet.

Continua após a publicidade

Segundo a Google, os data centers usados para a plataforma contam com potência superior a de seus concorrentes, como o Xbox One X e o PlayStation 4 Pro. Isso porque o Stadia pode atingir até 10,7 teraflops de processamento, contra 6 teraflops do console da Microsoft e 4,2 teraflops do representante da Sony. Com isso, a configuração do dispositivo que estiver rodando os games não é tão importante, já que o processamento não será exigido no hardware e sim nos supercomputadores da Google.

Ela diz que, no lançamento, o Stadia será capaz de rodar jogos em 4k e 60 fps, com a promessa de atingir resolução 8K e 120 fps no futuro.

Facilidade para rodar os games

Continua após a publicidade

Essa, talvez, seja a parte mais irritante dos videogames atuais. Sempre que você vai rodar um jogo novo neles, gasta-se um belo tempo para instalá-los, além dos pesados downloads que são necessários fazer de tempos em tempos, atualizações de rede, correções e afins. Sem contar o espaço de armazenamento limitado desses consoles, que exige que você desinstale um game para colocar outro.

No Stadia, esses aborrecimentos tendem a desaparecer. Já que tudo será executado via streaming, não precisaremos mais instalar os jogos nos dispositivos para rodá-los, nem baixar as atualizações. Tudo isso será feito a partir dos data centers da Google. Só precisaremos acessar o game que queremos e pronto!

Diversos blockbusters já estão confirmados

Continua após a publicidade

Quando um novo videogame é lançado, é normal que o número de jogos seja reduzido em um primeiro momento. No entanto, esse é um problema que o Stadia não terá. As maiores desenvolvedoras do mercado já confirmaram presença na plataforma e trarão alguns de seus principais títulos.

A Ubisoft, por exemplo, trará Assassin´s Creed Odissey, Just Dance e Tom Clancy´s Ghost Recon; já a Warner chega com Mortal Kombat 11; a Square Enix, por sua vez, terá Final Fantasy XV e os três últimos games da série Tomb Raider. A 2K Games oferecerá NBA 2K e Borderlands 3; a Codemasters contará com GRID e a THQ aparece com Darksiders Genesis e Destroy All Humans. E, entre outras desenvolvedoras, um dos maiores destaques a aparecer no Stadia fica por conta da CD Projekt RED, que lançará o aguardado Cyberpunk 2077, o game futurista onde um dos protagonistas é Keanu Reeves.

Sentimos falta dos anúncios de da EA, Rockstar e Disney, mas eles devem pintar logo mais.

Continua após a publicidade

Evolução gráfica sem precisar gastar com hardware

Como dissemos, a performance do Stadia não dependerá do hardware do seu notebook, celular, tablet ou smart TV. Basta que eles tenham uma boa conexão à internet para rodar os jogos com gráficos e tempo de respostas satisfatórios. Isso porque todo o processamento ocorrerá nos supercomputadores da Google e tudo será transmitido ao usuário via streaming

E por que isso é uma boa notícia? Porque, ao longo dos anos você não terá de se preocupar em gastar dinheiro em hardware – novos videogames ou componentes para PCs como processadores, GPUs, monitores e memória RAM – para ter uma evolução gráfica e de jogabilidade no Stadia.

No seu lançamento, o Stadia será capaz de rodar jogos em 4k e 60 fps. E, mais para a frente, a Google promete que o serviço atingirá resolução 8K a 120 fps. E você nem vai precisar pesquisar o preço de uma smart TV do gênero para ter essa qualidade gráfica.

Continua após a publicidade

Por que o Stadia não emplacará no mundo dos games?

O público gamer é conservador

Por mais que que os videogames vivam de inovações, o fato é que aquelas consideradas mais, digamos, disruptivas são apenas pontuais. Entre as mais recentes, podemos citar o Nintendo Wii, pela possibilidade de interagirmos com os jogos usando movimento do corpo, e o Switch (também da Nintendo), pela portabilidade sem perda de processamento gráfico. No mais, quem tentou revolucionar o setor, como o Kinect (Microsoft) ou a realidade virtual, caíram por terra. E é aí que o Stadia corre risco.

Continua após a publicidade

Isso porque, no geral, o público gamer é conservador. Sua sede por inovação está mais na forma de contar a história e na jogabilidade dentro de um game do que propriamente em inovações muito radicais de hardware, que possam colocar em risco a forma do usuário aproveitar o videogame do jeito que ele está acostumado. Logo, ele gosta de ter um console ali por perto, e sabe que se acontecer algum tipo de defeito, ele mesmo pode resolver. Algo que escapará das suas mãos no caso do Stadia.

Não, o Stadia não será a “Netflix dos games”

Quando o Stadia começou a virar notícia, muita gente imaginou que ele funcionaria como uma “Netflix dos games”, ou seja, bastaria pagar uma mensalidade para rodar quantos jogos quiséssemos. De quebra, em um primeiro momento, a Google não fez muita coisa para desmentir isso, pelo bem do marketing do seu produto. No entanto, a coisa não será bem assim.

Isso porque o Stadia será oferecido em dois planos: o primeiro é o Stadia Base, que será gratuito e rodará jogos com resolução Full HD (taxa de 60 FPS), mas não terá nenhum game grátis.

Continua após a publicidade

Já o Stadia Pro custará US$ 10, executará os games com resolução 4K ou superior (também a 60 FPS) e terá alguns jogos gratuitos à disposição (o primeiro será Destiny 2), bem como descontos para compra de outros títulos.

Ou seja, você precisará pagar para jogar os games mais badalados como Call of Duty, FIFA, GTA, etc. E, de quebra, os preços serão os mesmos que os cobrados nos rivais PS4 e Xbox One. Isso nas palavras de Phil Harrison, chefe do Stadia, que afirmou ao Eurogamer que “não vê como eles [os jogos] seriam mais baratos” quando questionado sobre o assunto.

Na visão de Harrison, “o valor que você obtém de um jogo no Stadia é poder jogá-lo em qualquer tela da sua vida – TV, PC, laptop, tablet, telefone; eu acho que isso será valioso para os jogadores”.

Continua após a publicidade

Resta combinar isso com os potenciais usuários.

A internet pouco confiável em muitos países. Inclusive o Brasil

Nos testes feitos pela Google, o Stadia conseguirá entregar jogos com resolução Full HD a 60 fps para usuários que tenham conexão à internet de 25 Mbps. Já para games 4K (também a 60 fps), essa velocidade mínima sobe para 30 Mbps.

Ou seja, os usuários precisarão ter uma conexão rápida e, principalmente, estável para aproveitar o Stadia como se deve. Mas, como todos também sabemos, serviços confiáveis de internet, que primam pela estabilidade, são artigo raro mundo afora, principalmente no Brasil. Ainda mais se levarmos em conta ambientes com diversos dispositivos conectados a uma única rede, por exemplo, o que acontece em boa parte das residências.

Em outras palavras, é provável que boa parte dos provedores de internet mundo afora precise amadurecer mais antes de adotar o Stadia em larga escala. Sem contar que você não poderá aproveitar a plataforma em um ambiente offline, o que não ocorre nos consoles tradicionais.

Em outras palavras, amiguinhos: prever que o Stadia será o divisor de águas no mundo dos videogames ainda é uma aposta arriscada. A reação inicial do público nos primeiros meses será fundamental para dizer se o serviço terá futuro ou não.