Ir para o conteúdo


Publicidade

Tainá Müller se prepara para viver Marilyn Monroe no teatro

Rafaela Santos

Tainá Müller caracterizada para o espetáculo 'Os desajustados' (Foto: Murillo Meirelles )Tainá Müller caracterizada para o espetáculo 'Os desajustados' (Foto: Murillo Meirelles )

É com esta peruca loura, vestido preto decotado e a pinta característica de Marilyn Monroe no rosto que Tainá Müller aparecerá na peça “Os desajustados", escrita por Luciana Pessanha, com direção de Daniel Dantas. O espetáculo trata de uma reunião da estrela de Hollywood com o dramaturgo Arthur Miller (Isio Ghelman), o ator e cantor Yves Montand (Felipe Rocha) e a atriz Simone Signoret (Cristina Amadeo), ocorrida em 1960 no Beverly Hills Hotel. A estreia está marcada para o próximo dia 28, no Oi Futuro.

Para dar vida à célebre estrela do cinema americano, Tainá conferiu os filmes em que Marilyn atuou e assistiu a documentários sobre a vida dela:

A pesquisa da Luciana é rica e já me deu várias dicas para o caminho da minha própria pesquisa. Marilyn teve uma vida muito difícil: passou por orfanato, sofreu diversos abusos, foi abandonada inúmeras vezes. Comecei a entender essa Marilyn sobrevivente, que queria ser reconhecida não apenas como um corpo bonito, mas como uma cabeça pensante e uma alma inquieta. Entre os livros que li, aquele de que mais gostei foi o que tem fragmentos escritos por ela. Através dele, conseguimos entrar no universo de uma mulher que estava sempre em busca de se aperfeiçoar em todos os campos da vida e que lutava para conseguir transmutar as feridas do passado em arte.

Tainá e Marilyn fazem aniversário no mesmo dia: 1º de junho. E foi durante suas pesquisas para a personagem que a atriz brasileira encontrou outras semelhanças entre elas:

Acho que todas as atrizes em algum momento passam pelas angústias profissionais de Marilyn. No recorte da peça, ela justamente está querendo se reinventar, algo que também desejo agora. Ela foi bastante ousada para a época e criou sua própria produtora, na tentativa de ser independente e conseguir fazer melhores papéis. Também estou com essa vontade de ter maior autoralidade na carreira, de me desafiar em outros lugares. Justamente por isso decidi dedicar este primeiro semestre ao teatro. A Marilyn é uma personagem dos sonhos de qualquer atriz: complexa, multifacetada, trágica. Era uma personagem assim que a própria Marilyn buscava em 1960.

Tainá define como "um desafio diferente" interpretar um grande ícone do cinema:

Mas a Marilyn da peça não é exatamente a que vimos em filmes e entrevistas, pois é a atriz na sua intimidade. Então tivemos que usar a imaginação para cobrir as lacunas do que não está registrado. Suas performances públicas, tanto nos filmes como nas poucas entrevistas gravadas, eram tão moldadas por coaches que não temos conhecimento de como era a verdadeira Norma Jean (nome real da atriz), fora da personagem Marilyn, a grande obra-prima da atriz. Então a Marilyn que o público vai ver no teatro é uma mistura de pesquisa com a nossa imaginação: a minha, a da Luciana e a do diretor. 

Para entrar em cena como a mulher que é considerada um dos maiores símbolos sexuais, Tainá fez uma preparação corporal com Dani Lima:

O sex appeal foi o grande trunfo de sobrevivência da Marilyn, em um mundo machista onde a sensualidade era um jeito torto de alcançar poder. Eu entendo a sensualidade como um artifício a ser usado quando eu quero e quando, por exemplo, uma personagem como essa exige. Mas não tenho nenhum interesse em ser aprisionada nesse modelo de objetificação.

Outro ponto muito conhecido da biografia de Marilyn foi a curiosidade que sua vida despertou no público e os holofotes que ela atraiu em Hollywood.

O nível da fama que a Marilyn experimentou foi raro e realmente algo muito difícil para ela - diz Tainá, que analisa sua experiência com a fama. - Para mim, obviamente sempre foi algo mais tranquilo. No início da minha carreira, cheguei a me assustar, mas hoje sei lidar bem com os períodos de exposição e sei que também preciso dos meus momentos de recolhimento.

Atualmente ensaiando todos os dias para a peça, Tainá conta como tem sido a rotina em casa com o filho, Martin, de 2 anos (foto abaixo):

- Ele sente, é claro. Às vezes chora e não quer deixar eu ir. Eu explico para ele que é importante, que é o trabalho da mamãe, que a mamãe gosta muito do trabalho. E que um dia ele vai crescer e trabalhar também em algo de que goste e vai ser bom. Um dos meus guias para a maternidade é tentar manter o equilíbrio. Não adianta eu ficar 100% do tempo com o meu filho e deixar de me realizar profissionalmente. Acredito que uma boa mãe é uma mãe feliz.

A atriz afirma ainda que o menino não pede um irmão e que ela e o marido, o diretor Henrique Sauer, não fazem planos para aumentar a família:

Independentemente disso, crio o Martin para valorizar as amizades, falo sempre que ter amigos é uma das melhores coisas da vida e sempre o mantenho perto de crianças da idade dele.

Tainá Müller com o filho, Martin (Foto: Reprodução Instagram)Tainá Müller com o filho, Martin (Foto: Reprodução Instagram)

 

SIGA A COLUNA NAS REDES

No Twitter: @PatriciaKogut

No Instagram: @colunapatriciakogut

No Facebook: PatriciaKogutOGlobo

Mais em Kogut

Publicidade