Haddad diz que deve enviar reforma do IR e consignado privado ao Congresso antes do Carnaval

Ministro defende propostas e nega contradição entre expansão do crédito e trabalho do BC para esfriar economia

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Brasília

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) afirmou nesta quinta-feira (13) que deve enviar ao Congresso Nacional antes do Carnaval as propostas sobre a isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) para quem ganha até R$ 5.000 e o novo empréstimo consignado privado.

"Dos três projetos que o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] tem como prioridade para os dois próximos anos, dois deles já estão validados e devem ser encaminhados rapidamente", disse.

"A questão da renda e a questão do consignado privado, que estão muito adiantados do ponto de vista de tramitação interna e devem chegar ao Parlamento talvez ainda antes do Carnaval", acrescentou.

A imagem mostra dois homens sentados lado a lado em um ambiente com fundo azul. O homem à esquerda tem cabelo escuro e usa um terno escuro com uma gravata de padrão. O homem à direita tem cabelo grisalho e uma barba curta, vestindo um terno escuro e uma gravata vermelha com padrão. Eles parecem estar conversando e sorrindo um para o outro.
Ministro Fernando Haddad (Fazenda) ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em anúncio de investimentos no Palácio do Planalto - Gabriela Biló - 12.fev.25/Folhapress

Na semana passada, Haddad afirmou que a pasta já tinha terminado o desenho da compensação para a isenção do IR e que a proposta contava com o aval do presidente Lula.

Na ocasião, o chefe da equipe econômica afirmou que o plano deveria ser encaminhado ao Congresso nas próximas semanas e disse também esperar uma tramitação com cautela e transparência devidas no Legislativo.

O plano do governo é começar, até 15 de março, a operação do novo consignado privado pelo eSocial. É nesse sistema que as empresas registram as informações trabalhistas e previdenciárias dos seus empregados, como as contribuições previdenciárias, folha de pagamento e informações sobre o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

A nova modalidade do consignado privado deverá ser lançada pelo governo sem a exigência de um teto para os juros, ao contrário do que ocorre na versão para beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Uma medida provisória deve ser publicada para determinar as regras do serviço.

Com a promessa de data de envio dos projetos ao Legislativo, Haddad volta a alimentar as expectativas em torno das ações do governo, como ocorreu durante a discussão sobre o pacote fiscal, que acabou se arrastando por cerca de um mês de negociações.

Segundo o ministro, ainda não é possível estimar os impactos da proposta sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Nesta quinta, a Secretaria de Política Econômica da Fazenda revisou sua projeção para baixo, de 2,5% para 2,3%.

Haddad também negou que haja uma contradição entre o aumento de crédito com a oferta do consignado privado e o trabalho do Banco Central para esfriar a economia com o aumento de juros –a taxa básica (Selic) está em 13,25% ao ano.

"Você não pode misturar uma pauta estrutural de diminuição do spread [bancário, diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa final cobrada do cliente] com uma questão momentânea que está sendo resolvida", disse.

Para o ministro, é uma questão de justiça social. "Hoje os trabalhadores estão pagando 5,5% de taxa de juro por falta de acesso ao consignado. Não é justo a pessoa com uma garantia que pode ser dada continuar pagando 5,5% ao mês", afirmou.

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Comentários

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Rosa Soares

1º.mar.2025 às 22h57

A isenção do IRPF para quem ganha até cinco mil não é boa p ninguém. O pobre vai ficar sem lastro para seus gastos, caindo nas mãos de prestadores sonegadores e vai ficar sem a proteção do estado. Melhor seria reduzir a alíquota tanto quanto possível.

Felipe Macedo

13.fev.2025 às 22h58

Reparem que a extrema direita vai fazer de tudo pra impedir que o presidente isente do IR quem ganha até 5 mil reais. Essa gente serve aos interesses dos poderosos, milionários, e não ao povo que a elegeu. Capaz até de ter videozinho com fundo preto e aquele terrorismo que a gente viu recentemente com Nikolas, um dos maiores defensores do sistema.