Política
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Por , Valor — Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a interlocutores que deseja dar um desfecho à articulação para nomear o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) para a Secretaria-Geral da Presidência, atualmente comandada pelo petista Márcio Macêdo, assim que voltar de viagem.

Lula retornou da China nesta madrugada e embarca por volta das 10h para Montevidéu, no Uruguai, para participar do funeral do ex-presidente José Pepe Mujica. O retorno a Brasília está previsto para ainda hoje, às 19h30.

Embora as conversas nos bastidores sobre a dança das cadeiras remontem ao início de março, ainda há resistência no PT e de alas do governo à indicação do parlamentar do Psol para uma pasta com gabinete no quarto andar do Palácio do Planalto.

O Valor apurou que, embora Lula tenha tratado do tema mais de uma vez em conversas com Boulos, ainda não houve um convite formal para que ele assuma o ministério. Um diálogo mais aprofundado sobre a proposta ocorreu em uma reunião entre ambos em abril, no Palácio da Alvorada.

Um impasse era a disposição de Boulos de abrir mão de concorrer a um novo mandato em 2026, para continuar na pasta até o fim do governo. Paralelamente, Lula não comunicou Macêdo, um aliado de primeira hora, que poderia substitui-lo no ministério.

Embora o impasse persista, uma fonte credenciada do PT disse ao Valor que houve avanços nas tratativas porque Lula sinalizou a aliados que tomará uma decisão quando desembarcar em Brasília. Outra fonte, com trânsito no Planalto, afirmou que “Boulos está bem-posicionado” para assumir o ministério.

A mesma fonte do PT argumentou que Lula está incomodado, tomado pelo sentimento de que estaria governando “sem o povo ao seu lado”. Ou seja, sem a militância nas ruas.

Movimentos sociais

O distanciamento de Lula dos movimentos sociais foi alvo de críticas de aliados, já que ele não compareceu a atos de comemoração ao Dia do Trabalhador, em uma conjuntura de enfraquecimento dos sindicatos. Cobrado a fazer um aceno para se reaproximar das bases, Lula disse em pronunciamento na televisão que o governo estuda eventual apoio ao movimento do fim da escala 6 x 1, que cobra a redução da jornada de trabalho, que ganhou ressonância em segmentos da sociedade civil.

Nessa conjuntura, há uma avaliação de que Boulos, como liderança originária dos movimentos sociais, e fundador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), daria novo fôlego ao governo nessa área. As conversas evoluíram depois que ele sinalizou que abdicará de disputar um novo mandato de deputado federal para ficar até o fim do governo, caso assuma o ministério. Não é uma decisão fácil, porque ele é o principal nome do Psol para ampliar a bancada federal. Em 2022, Boulos recebeu mais de 1 milhão de votos.

Em 2024, mesmo contrariando uma ala do PT, Lula cumpriu acordo que havia firmado com Boulos e com a direção do Psol para que o PT o apoiasse na candidatura para a Prefeitura de São Paulo. Boulos chegou a ter a presença no segundo turno ameaçada pelo influenciador Pablo Marçal (PRTB), cujo desempenho eleitoral surpreendeu a classe política, mas ficou em segundo e perdeu para o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que se reelegeu.

Uma ala do PT, contrária à troca, pondera que Boulos não tem unanimidade nos movimentos sociais. A avaliação é de que o MTST não dialogaria, amplamente, com outras entidades, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). A crítica desses petistas é o risco de Boulos transformar a SG em ministério “de um movimento só”, em alusão ao MTST. Procurados, Boulos e Márcio Macêdo não retornaram.

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