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Como o TikTok pode prejudicar funções do cérebro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Janeiro de 2023 às 15h50

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Montagem: Caio Carvalho/Canaltech
Montagem: Caio Carvalho/Canaltech

Tendência mundial, o TikTok tem conquistado cada vez mais adeptos. No entanto, os especialistas têm um alerta sobre essa rede social: o potencial destrutivo para determinadas funções do cérebro. A informação vem principalmente de um estudo publicado na revista científica Brazilian Journal of Development.

Segundo o Pós PhD em neurociências e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, responsável pelo estudo em questão, o que acontece é que a rede social pode gerar um vício de recompensas no cérebro, causando desequilíbrios hormonais que reduzem a capacidade de concentração e podem desencadear ansiedade e depressão.

“Atualmente o uso excessivo de redes sociais pautadas pela velocidade, onde conteúdos de curta duração são infinitamente fornecidos com base nos seus gostos e necessidades, identificados via algoritmo, moldam a química cerebral, gerando um vício na dopamina gerada por essas ‘pílulas de prazer’, causando a fadiga mental”, explica o pesquisador.

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De acordo com o especialista, a fadiga mental impede que o cérebro consiga concluir tarefas, como ler um livro, estudar, limpar a casa ou cozinhar, substituindo por outras atividades antes da sua conclusão total, uma vez que o órgão está acostumado a substituir estímulos por outros mais fortes em apenas um deslizar de dedos — e isso acaba afetando a realidade, reduzindo as capacidades.

O cientista reitera que doses de dopamina (neurotransmissor ligado a sensações de prazer) são liberadas no cérebro com um sistema de recompensa por atividades prazerosas. O problema é que o uso das redes sociais banaliza essa liberação, viciando o cérebro em dopamina.

O efeito é o seguinte: o cérebro passa a exigir doses mais altas de dopamina e interrompe tarefas pela metade assim que as doses de dopamina fornecidas por ela são reduzidas. Na prática, esse processo prejudica atenção, foco, concentração, memória, aprendizado e diversas outras funções do cérebro.

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Anteriormente, estudos apontaram que usar redes sociais pode afetar o cérebro de adolescentes, já que estes podem se tornar mais sensíveis ao antecipar recompensas e punições sociais ao longo do tempo. Assim, o público que cresce verificando as mídias com mais frequência está se tornando hipersensível ao feedback alheio.

Pesquisadores da Zhejiang University (China) já tentaram entender por que o TikTok é viciante, e como os vídeos curtos agem no seu cérebro: através de uma sensação de prazer e satisfação no organismo, ativando especificamente a área tegmental ventral (ATV), um dos principais centros de liberação de dopamina.