Edição do dia 31/08/2016

31/08/2016 06h00 - Atualizado em 31/08/2016 07h53

Brasil já tem quase 12 milhões de trabalhadores desempregados

Número é equivalente à população de São Paulo, a maior cidade do país.
Ou seja, é como se São Paulo inteira estivesse fora do mercado de trabalho.

Flávia JanuzziRio de Janeiro, RJ

Os números do desemprego não param de surpreender - negativamente. Quase 12 milhões de brasileiros estão sem trabalho. Para fazer um comparativo assustador: é como se toda a população de São Paulo, que é a maior cidade do país, estivesse fora do mercado de trabalho.

O número de desempregados no Brasil subiu para 11,8 milhões, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE. O metalúrgico Jair é um deles: ficou desempregado em agosto do ano passado. Desde então, aos 49 anos de idade, vem tentando trabalhar com o que dá. Tentou serralheria, pintura. Mas, atualmente, nem 'bico' anda conseguindo. "Tá complicado. Tem muita gente parada e muita gente tem o mesmo pensamento de montar empresa sair trabalhando, mas as pessoas tambem não estão contratando, não estão fazendo serviço, porque parece que o dinheiro deles também diminui", analisa Jair.

O trabalho informal está mesmo encolhido. Reduziu 1,5 % em relação ao periodo de fevereiro a abril desse ano. Isso quer dizer que 342 mil vagas fecharam para pessoas que trabalhavam por conta própria. Os economistas explicam que a crise no trabalho informal influenciou o crescimento do desemprego, que bateu recorde de maio a julho. São quase 12 milhões de pessoas na fila do desemprego, segundo o IBGE.

O desemprego ficou em 11,6% entre maio e julho. No mesmo trimestre de 2015, o percentual era de 8,6% - são 3,2 milhões de pessoas a mais sem ocupação. E quem está empregado, passou a ganhar menos: em um ano, o rendimento caiu de R$ 2.048 para R$ 1.985.

Para o economista Daniel Souza, a situação no mercado de trabalho vai continuar piorando até o ano que vem. "A perspectiva de melhora é de longo prazo. Quer dizer, tudo indica que a gente deve ter uma piora ainda ao longo de 2016, na última parte do ano, em 2017 deve dar uma estagnada para que a recuperação efetivamente aconteça em 2018", analisa Daniel.