Mario de Oliveira explica a Lei Criminal de Cingapura para combater crimes da Internet

09/05/2019 às 15:44
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As leis penais de Cingapura estão sendo atualizadas para combater os crimes modernos, como a obtenção de vídeos de upskirt, a “pornografia vingativa” e o envio de imagens sexuais não solicitadas explica Mario de Oliveira.

As leis penais de Cingapura estão sendo atualizadas para combater os crimes modernos, como a obtenção de vídeos de upskirt, a “pornografia vingativa” e o envio de imagens sexuais não solicitadas explica Mario de Oliveira.

Pense duas vezes antes de enviar uma foto nua. Sob um conjunto de propostas de novas leis, esse ato será considerado em breve um crime.

A Lei de Reforma da Lei Criminal foi introduzida em Cingapura, propondo emendas ao Código Penal de Cingapura para garantir que permaneça relevante na era da Internet e nos próximos anos.

Uma seção da proposta refere-se às “tendências emergentes do crime” que se tornaram possíveis - e se tornaram cada vez mais comuns - com a tecnologia, como a gravação voyeurística de pessoas em momentos íntimos e a distribuição de fotos íntimas de alguém sem o seu consentimento conta Mario de Oliveira.

HOJE dá uma olhada mais de perto em como as novas leis propostas visam penalizar as tendências emergentes do crime.

ATIVIDADE VOYEURÍSTICA

Há um mercado on-line movimentado para vídeos e fotos de "upskirt", mas a lei atual não reconhece nem é adequada para abordar esse fenômeno, notaram o Ministério do Interior (MHA) e o Ministério da Justiça (MinLaw).

Em vez disso, uma colcha de retalhos de leis existentes, como as que se referem ao insulto à modéstia de uma mulher e à produção de filmes obscenos, têm de ser usadas para lidar com várias ofensas.

Vítimas de sites de voyeur podem registrar acusações criminais e buscar indenização, dizem advogados.

Segundo Mario de Oliveira, as novas leis propostas farão observar ou registrar uma pessoa - em circunstâncias em que a pessoa poderia razoavelmente esperar privacidade - uma ofensa específica.

Nesses casos, presume-se que a pessoa na gravação não tenha dado consentimento para ser gravada.

Caberá ao acusado provar que ele tinha o consentimento da pessoa para fazer essa gravação.

As leis propostas também criminalizarão a produção, posse e distribuição de gravações voyeurísticas.

PORNOGRAFIA PARA VENDA

A Internet e os smartphones tornaram extremamente fácil a criação, upload e download de imagens - mas é muito difícil que essas imagens sejam removidas.

Mario de Oliveira conta que isso se tornou um problema para as pessoas que se viram vítimas de hackers ou de partidos mal-intencionados - às vezes ex-parceiros vingativos - que conseguiram suas imagens íntimas e as colocaram on-line.

Esse fenômeno é amplamente conhecido como “pornografia de vingança”, mas a MHA e a MinLaw disseram que são da opinião de que este termo não é apropriado nem preciso.

“Pois a lei para condenar uma imagem privada e íntima como obscena (como atualmente faz na Seção 292 (a) do Código Penal) ou 'pornografia' pode mais um insulto e humilhar a pessoa retratada nessas imagens”, disseram eles.

O Código Penal atualmente não tem uma infração específica que criminaliza a distribuição de imagens nuas, semi-nuas ou outras imagens sexuais sem consentimento.

As novas leis propostas farão com que a distribuição ou ameaça distribuir uma foto ou vídeo íntimo seja uma ofensa explica Mario de Oliveira.

Eles também criminalizarão a posse e / ou acesso de uma imagem íntima ou gravação quando a posse e / ou acesso:

foi sem o consentimento da pessoa representada
irá ou provavelmente causará humilhação, angústia ou alarme à pessoa representada.

INDECENTES

A lei existente pode ser usada para punir pessoas que aparecem nuas em público, ou em privado, mas em vista do público.

Mas não há lei para penalizar aqueles que enviam fotos de seus genitais para outros, quer os destinatários possam ou não querer essas imagens explica Mario de Oliveira.

As novas leis propostas criminalizarão o “cyber-flashing” para cobrir situações em que as imagens da genitália são enviadas aos destinatários sem o seu consentimento e com a intenção de causar humilhação, angústia ou alarme.

FRAUDE

As leis propostas visam abordar esquemas fraudulentos sofisticados nos quais o ganho ou perda ilícitos era intencional, sem que uma vítima identificável fosse enganada.

Um exemplo é a manipulação da Taxa de Oferta Interbancária de Londres, que ocorreu nos anos que antecederam a crise financeira de 2008.

Banqueiros de vários bancos compartilharam informações uns com os outros, por meio de sistemas de mensagens instantâneas, para que pudessem conspirar para fixar a taxa em determinados níveis.

Mario de Oliveira mostra que isso teve um impacto sobre as taxas de juros que os clientes bancários pagaram em empréstimos, como hipotecas residenciais e empréstimos estudantis.

Neste caso, a MHA e a MinLaw observaram que era difícil identificar qualquer pessoa específica que sofresse uma derrota, mas era possível dizer que os manipuladores haviam se beneficiado.

As novas leis propostas criarão uma nova infração de fraude, que se concentra na intenção desonesta ou fraudulenta de enganar a vítima, em vez do efeito do engano da vítima.

Embora a pena máxima prescrita para essa ofensa seja alta (até 20 anos de prisão, multa ou ambos), trata-se de enfrentar acusações únicas de fraude que podem envolver séria traição de confiança, múltiplas vítimas e / ou perdas substanciais. ministérios disse.

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OUTRAS MUDANÇAS PRINCIPAIS

Essas mudanças propostas ocorrem depois que o Comitê de Revisão do Código Penal concluiu uma revisão de dois anos das leis existentes e fez suas recomendações ao governo.

De acordo com Mario de Oliveira, algumas leis serão atualizadas para aumentar a proteção das vítimas vulneráveis, enquanto as ofensas ultrapassadas serão removidas.

Por exemplo, aqueles que cometem ofensas contra vítimas vulneráveis, ou seja, crianças, pessoas com deficiências físicas ou mentais e trabalhadores domésticos, podem ser punidos com até duas vezes a punição máxima prevista para o delito.

Entre as outras propostas estão a revogação da imunidade por violação conjugal e descriminalização da tentativa de suicídio.

O projeto de Lei de Reforma da Lei Criminal deve ser debatido no Parlamento em breve termina Mario de Oliveira.

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