segunda-feira, 29 de abril de 2013

Resenha da entrevista de Marshal McLuhan para a Playboy

Marshal McLuhan nasceu em 1911 no Canadá e publicou obras sobre teoria de comunicação e os impactos sobre o homem e a sociedade, durante um período de mais de 40 anos, até a sua morte, não era conhecido até a década de 70 seus dois mais importantes livros são “The Gutenberg Galaxy” e Understanding Media”.
Uma das teorias criadas por Marshal McLuhan é o conceito “o meio é a mensagem” onde o meio é visto como uma extensão do aparelho sensorial e do sistema nervoso central do ser humano, para Marshal é esse o efeito que realmente importa, mais que o real efeito da mensagem a ser transmitida pelo meio. No presente o que McLuhan tenta exprimir nesta teoria é que o meio (no caso a TV na época) pode ser introduzido como uma extensão da nossa consciência e não a ter somente como uma extensão dos nossos sentidos.
Por vezes a TV que é referida no texto me parece facilmente substituível pelo termo internet, trazendo o texto para o exato momento em que vivemos. É importante ressaltar que nem tudo hoje faz sentido desde a entrevista, me parece que é o conteúdo que domina todas as ações subseqüentes ao processo de questionamentos e convivência, pois somente assim pode ocorrer uma relação entre gerador e receptor de forma equilibrada, afinal o receptor hoje tem acesso às fontes de informação, arranjando seus questionamentos e enunciados de maneira desejável e não padronizadamente. Ou seja, quando McLuhan postula sua teoria ele vive durante a geração da Televisão, onde se encara como fonte a TV e receptor qualquer pessoa que a tenha, com o advento da internet há uma importante e nova situação, a posição gerador e receptor se mesclam agora, qualquer individuo ligado à rede se torna produtor e receptor de informação, assim a decisão de escolha a consideração da verdade e constituição de interesses se dá unicamente por cada indivíduo e suas opiniões.
A partir do conceito de que o meio é a mensagem, acaba por surgir um novo parâmetro em escala muito maior, a aldeia global, lembrando que o ser humano viveu no passado em aldeias em que a comunicação acontecia pela oralidade e os assuntos da aldeia interessavam a todos os elementos da tribo, antes da invenção da imprensa e passagem para uma comunicação escrita. Os novos meios eletrônicos mudaram a comunicação e uniram o planeta em uma aldeia única na percepção de McLuhan. Quarenta anos depois, tornou-se ainda mais presente nos tempo que correm, com o alcance a nível global da internet permitindo combinar os eventos com todos os membros da aldeia eletrônica.
McLuhan monta toda a teoria de aldeia global durante a era do rádio e TV, mas se ele tivesse vivido até o surgimento da internet e computador portátil, como ele encararia essa realidade? A rede, plataforma ou qualquer melhor termo que represente esse ambiente consegue abrigar todos os tipos de meios que McLuhan presenciou durante a elaboração de suas teorias, imagem, som e escrita, dão possibilidades de novas composições, é uma grande consciência tudo que entra na rede pode ficar na rede e ser requisitado quando desejado por qualquer processador – indivíduo - pertencente à aldeia global.
Na aldeia tribal a comunicação se dava pela oralidade, portanto o conhecimento jamais era totalmente absorvido por cada integrante, tornando um dependente do outro, gerando vínculos afetivos, já na aldeia global ainda que os indivíduos pertençam à aldeia, eles somente possuem uma relação, fonte – receptor, na era da TV e rádio que foi o período que Mc Luhan estudou, já nos tempos que agora correm, somos indivíduos – processadores – geradores – receptores.

Cena do Filme Anie Hall