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18/09/09 - 23h15 - Atualizado em 18/09/09 - 23h40

Justiça reconhece família com duas mães

Fato de que as duas mulheres não escondem nada de ninguém e estão integradas totalmente na sociedade em que vivem foi usado como justificativa para a decisão do juiz.

ISABELA ASSUMPÇÃO Blumenau (SC)

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No parquinho, a alegria de Joaquim Amândio e Maria Clara, gêmeos de 2 anos e meio, e o orgulho da mãe, a psicanalista Carla Cumiotto Mas quem é a outra mulher? A pergunta está sempre presente onde quer que a família, que vive em Blumenau, Santa Catarina, vá.

"Duas senhoras acima de 70 anos me olharam e perguntaram de quem eles eram. Eu, muito coruja, disse que eram meus. Uma delas me olhou dos pés à cabeça, se aproximou e disse: 'Você deve ter ficado enorme'. Eu disse que foi minha companheira que gerou, que eu era casada com uma mulher, que fizemos inseminação em São Paulo e tivemos os dois. Ela parou e disse ‘Nossa, que coragem!’", lembra a psicanalista Michele Kamers.

 

Foi Carla que ficou enorme e radiante. A companheira Michelle acompanhou cada passo da gravidez. Joaquim Amândio veio primeiro. Tudo foi registrado em detalhes para mostrar aos filhos quando crescerem. Depois, veio Maria Clara.

Emoção, encantamento. Uma festa que acontece com todas as famílias na maternidade. Mas esta foi um pouco especial. Carla amamentou durante um ano e dois meses. E os bebês cresceram fortes. As crianças chamam Carla de mamãe e Michelle de "pami". E ajudaram o casal a se aproximar mais das próprias famílias. Joaquim e Maria Clara contam que vovô levou pirulito e frango assado no domingo.

É uma família com uma forma nova, mas ao mesmo tempo muito tradicional. Alguns amigos até estranham.

"Perguntaram se nós havíamos colocado azul e rosa nas crianças. Eu levei um susto. Que cor nós colocaríamos? Como se, ao ser feita essa escolha não tão comum de casamento e família, tivéssemos que usar cabelos verdes e colocar laranja no menino. Como se tivesse que ser tudo diferente. Não é essa a questão. Pelo contrário, queremos ser inseridas nos códigos que a cultura tem", diz Carla.

Essa vontade de ser como todo mundo fez com que Michele e Carla buscassem na Justiça algo impensável até pouco tempo atrás. E conseguiram. Um juiz de Porto Alegre determinou que as crianças fossem registradas como filhas de duas mulheres. A justificativa do juiz: o fato de que elas não escondem nada de ninguém e estão integradas totalmente na sociedade em que vivem.

"Não é novo que haja este casamento. Mas ainda é novo, no país em que vivemos, que alguém tenha querido ser família e tornar isso visível", explica Carla.

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